Os integrantes vivos do Pink Floyd conversaram com a Rolling Stone EUA sobre o legado do grupo, que a partir deste mês, terá seu catálogo gradativamente relançado em edições de luxo remasterizadas.
Na entrevista abaixo, o baterista Nick Mason mostra o seu
descontentamento com o fato de que seus ex-companheiros de banda não
parecerem dispostos a uma reunião.
Na sua cabeça, o Pink Floyd é apenas algo do passado? Tecnicamente, você e David Gilmour ainda são o Pink Floyd.
Eu
acho que é uma daquelas coisas sobre as quais não estou pronto para
dizer: “não existe mais”. E sabe, pode ser que eu seja uma pessoa
triste e não consiga me libertar, mas é aquele sentimento de “quem
sabe”? Acho que vivo com a esperança de que possa rolar outro Live Aid
ou algo do tipo. Eu não espero que ninguém anuncie que estamos entrando
em estúdio e gravando um disco novo, mas também sou bem relutante em
dizer que acabou. Em parte, tem a ver com o fato de eu odiar a ideia de
qualquer espécie de aposentadoria. Sempre deixei a porta aberta. Eu sei
que David não iria querer fazer nada agora, mas as pessoas mudam.
Quando você ouve o Dark Side of the Moon hoje, o que você escuta de diferente, que não conseguia escutar quando o gravou?
Acho
que ouço e fico surpreso com o quão bom, tecnicamente, ele é. E o quão
aperfeiçoado é. É interessante, porque eu sou muito crítico. Eu nunca
lançaria agora, por vontade própria, coisas que gravamos no passado.
É fascinante assistir Live at Pompeii, que tem cenas ao vivo do Punk Floyd em 1969, e ver o salto que vocês deram, musicalmente, daquela época até o Dark Side. Como foi que isso aconteceu?
Dark Side
foi o último disco em que as músicas foram tocadas ao vivo antes das
gravações, o que eu acho que é relevante. Mas acho que foi também o
fato de estarmos fazendo aquilo por cinco anos. Todas as músicas de Piper at the Gates of Dawn
vinham de algo que já havíamos tocado ao vivo. E a versão de estúdio
foi, inevitavelmente, uma versão cortada. Então acho que ficamos
calejados nisso, como um exercício. Sabe, "Interstellar Overdrive" [que saiu no disco] foi a menor versão já gravada.
Dark Side é um dos maiores álbuns de rock da história, e não é necessariamente agitado. É um disco devagar e atmosférico.
Realmente. Não é um bom disco para dançar.
Como baterista, você tem uma preferência? Você gosta de tocar devagar?
Muito. Meu médico diz: “Nunca toque mais rápido que o ritmo do seu pulso!” [Risos] E é por isso que o Roger [ Waters] ficava me dando umas coisas curiosas para comer. Acho que nós encontramos o tipo de coisa que gostávamos de tocar.
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