sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A origem do termo Rock & Roll


Depois que montei o Blog, comecei a receber algumas mensagens solicitando informações sobre a origem do Rockabilly (já postado em edições passadas) e mais informações sobre a origem do rock & roll.
Comecei falar sobre a história do meu pai e da cena no Brasil, mas notei que iria contribuir mais ainda para este blog, afinal tem um acesso mínimo de 60 pessoas por dia.

A origem do termo Rock & Roll
Por uma questão de tradição, essa abordagem resumirá ao tipo específico de musica a que esse termo se referia inicialmente, sem comentar as variações ocorridas depois de 1964, quando se tornou comum o uso somente da palavra Rock.
É difícil dizer quando o Rock and Roll surgiu. O termo já era usado como verbo e tinha um sentido sexual, amoroso.

No Blues pode ser encontrado em letras desde o início do século.

Rock me Baby, um blues antigo gravado entre outros por B.B. King, Joe Turner, Rod Stewart, Jhonny Winter, Blue Cheer e Jefferson Airplane, traz em sua letra versos como:
Rock Me Baby, Rock Me All Ninght Long
Rock Me Baby, Rock Me All Ninght Long
´Cause When You Rock And Roll Me, My Back Ain´t Got A Bone.

Blues 

Nas versões de Jeff Beck e do Canned Heat algumas palavras foram alteradas, mas ainda mantendo o mesmo sentido básico.

Em 1948, Roy Brown gravou Good Rocking Tonight (mais tarde regravada por Elvis Presley) e, apesar de manter o compasso de blues, alterou o estilo triste para um formato acelerado, frenético, com um toque dos cantores religiosos negros, mais gritados do que murmurados.

Essa versão rápida de blues deu lugar ao que se chamou de Rhythm and Blues n(R&B) e que mais tarde, seria interpretado por cantores brancos e fundidos com o Rock and Roll.

Em 1951, Gunther Lee Carr gravou uma canção chamada We´re Gonna Rock, onde abandonava totalmente a implicação sexual do termo. Um ano mais tarde, Allan Freed batizou seu programa de radio de Moondog´s Rock n´ Roll Party, o que acabou de definir a expressão como designava de um tipo específico de música.

Allan Freed era um disc-jockey com um programa de música clássica que ia ao ar todas as noite em Claveland, Ohio. O dono de uma loja de discos convidou Freed a visitar sua loja e observar o que parecia ser uma nova moda: adolescentes brancos estavam comprando discos de R&B negro, coisa até então estranha à cultura jovem. No dia seguinte, Freed convenceu o diretor de estação de rádio a colocar no ar o correspondente a uma festa de Rock & Roll, após a parte clássica do programa.

 

A redação do publico foi tão espantosa que um ano mais tarde Freed organizou o primeiro concerto de Rock & Roll (1953) ocasião em que apareceram mais de 30.000 pessoa num local com capacidade para no máximo 10.000 e que fez com que o evento fosse cancelado.

Nesse mesmo ano o concerto foi reorganizado e acabou sendo um grande sucesso, com a participação de Big Joe Turner, Fats Domino, The Moonglows e The Drifters.

Na platéia mais de dois terços da audiência era composto por jovens brancos, o que provava a atração do publico branco por música negra.

Quando Allan Freed usou essa expressão pela primeira vez, estava se referindo à musica já existente (R&B). Porém Rhythm & Blues significava música para negros e Rock and Roll designava uma música aceitável por todos e acessível a todos.

No fim de 1953, quando o mercado negro representava menos de 6% das vendas totais de discos nos E.U.A, os brancos começaram a perceber o potencial da música negra no mercado e os distribuidores de Juke-Box se apressaram em colocar discos de Rock´n´Roll nas máquinas, para compensar a ausência nos programas de rádio em geral.


Os conjuntos brancos começaram também a incorporar R&B ao seu repertório e foi assim que Bill Haley and His Comets chegaram às paradas em Crazy Man Crazy, gravado num pequena e independente etiqueta (Essex).

O crescimento do Rock And Roll não pode ser separado do fenômeno de pós-guerra chamado “Cultura jovem”. A primeira reação da sociedade foi a de desaprovação, o que serviu para reforçar os sentimentos de revolta existentes nos adolescentes.

Um comentador de TV, referindo-se a Elvis Presley, disse que ele “é um jovem incrível pouco talentoso e vulgar. Para onde se vai depois de Elvis, anão ser para a obscenidade ? O que é contra a lei, por sinal.”
Muito se fez (e ainda se faz) para banir o Rock & Roll mas, apesar de tudo, ele tinha chegado para ficar……